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Por que o Winamp liberou seu código-fonte mesmo não sendo um código gratuito?

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Um grande presente para os usuários e desenvolvedores mais nostálgicos: o código-fonte do Winamp foi liberado no GitHub, após 27 anos de existência.

O movimento é histórico, pois estamos falando de um software emblemático e, para muitos, o melhor reprodutor de música em formato digital da história. Eu posso falar por mim: eu ainda tenho o Winamp instalado no meu computador.

Acontece que algumas pessoas confundiram um pouco as coisas. Liberar o código-fonte de um software não quer dizer que ele esteja liberado para ser utilizado de qualquer forma.

É o caso do Winamp, que tem o seu código-fonte protegido por uma licença.

A importância do movimento

O Winamp foi lançado em 1997 pela Nullsofte se tornou rapidamente um ícone da era digital. Ele caiu como uma luva na primeira grande era da internet, chegando no momento certo e na hora certa.

Era um programa leve e muito funcional para os PCs da época, que eram bem mais limitados. Além da reprodução de músicas em MP3, ele também reproduzia rádios online, em um tempo em que a palavra “streaming” mal foi inventada.

Sua interface personalizada e com suporte para múltiplos formatos de áudio reforçaram a sua popularidade, criando uma base de usuários leais que até hoje lembram e usam seus recursos e skins.

Logo, a revitalização do Winamp é devolver ao mundo da tecnologia um software que marcou época, recuperando um importante capítulo da nossa história informática.

A abertura do código-fonte faz com que todos possam compreender como esse software foi feito, permitindo melhorias e outras inovações para atualizar o programa para o nosso presente.

Mas isso, na teoria. A realidade prática é bem diferente.

Liberou um código-fonte protegido

O problema está na licença que limita o código-fonte do Winamp, que é um belo balde de água gelada dos desenvolvedores mais empolgados.

UM “Licença Colaborativa Winamp” (WCL) proíbe a distribuição de versões modificadas e a criação de forks, o que contraria os princípios fundamentais do software livre.

Dentro da comunidade de desenvolvedores, a postura da WCL é muito criticada, pois basicamente impede e contraria os aspectos colaborativos que o Winamp poderia abraçar.

Na prática, a distribuição do código-fonte do Winamp existe muito mais para levantar o hype (e a existência deste artigo por si é a prova disso) do que realmente promover um desenvolvimento aberto para o software.

Afinal de contas, já que não é possível distribuir a modificação do código, por que ele foi liberado? Apenas para apreciação dos desenvolvedores?

Não só isso.

Para (muito provavelmente) tentar lucrar em cima daqueles que vão distribuir suas modificações pela internet, mesmo que seja uma distribuição gratuita.

De qualquer forma, parece que o objetivo dos envolvidos nessa liberação do código foi alcançado. O repositório do Winamp no GitHub rapidamente acumulou 3.300 estrelas em menos de 24 horas.

Vale lembrar que o Winamp não é o único reprodutor de mídia que tenta voltar a ser relevante em pleno 2024. Outros projetos como o Webamp recuperam a experiência do software clássico para os navegadores modernos, mostrando que há espaço para que os forks apareçam, mesmo com as limitações impostas ao programa original.

Ou seja, muitos desenvolvedores poderão simplesmente olhar para o código original, entender o que aconteceu ali e, com essa base, criar soluções próprias que passam longe da alteração do código-fonte original.

E bem sabemos o que vai acontecer aqui, certo?

Bom… boa sorte para quem mostrou as entranhas do Winamp acreditando que todo mundo iria pagar para criar forks do código original e, por tabela, lucrar com isso.

De forma bem realista: quem achou que iria lucrar com o saudosismo neste caso vai mesmo precisar de toda a sorte do mundo para prosperar.

Para ver o código-fonte do Winamp, clique aqui.

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